O conceito de comunicação empática (ou não-violenta) me faz pensar em como é preciso, por vezes, sair do direito para encontrar determinadas respostas.
A "Comunicação Não-Violenta" é uma técnica desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que atuou em processos de paz em diversos países e participou do treinamento de mediadores de conflitos armados. O autor desenvolveu recursos para tornar a comunicação um instrumento para a melhoria de relações e solução de conflitos.
Dentro da minha prática em legal design, quando utilizo algumas técnicas de análise de dados em contratos - como a criação de mapas de palavras -, não é raro que o que apareça no centro dos mapas sejam palavras acusatórias, impositivas e ameaçadoras. Não é à toa que a muitos o direito cause medo e o momento de tecitura de relações jurídicas seja marcado por tensões.
Inserir técnicas voltadas à melhoria da comunicação, dentro do direito, pode ir muito além de soluções voltadas a conflitos armados, como fez brilhantemente Marshall, podendo ser elemento na construção de instrumentos quotidianos, como contratos e sentenças. Assim, talvez, criemos um direito com mapas de palavras dominados por termos como "ajuda", "mediação", "amigável" e "cooperação".
Seria legal, né?
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